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Depois da Segundo Guerra Mundial, o mundo começou a repaginar
seus cenários político-geográfico e econômico-cultural.
A moda também fez o mesmo. Alguns momentos contextualizam
a incidência das mudanças nessa época. Impulsionados
pela recém saída da Guerra, quando foram esboçadas
as confecções da moda uniformizada (ou dos uniformes
de guerra), as indústrias têxteis dão partida
à confecção de produtos com fibras sintéticas,
a princípio destinados para a moda íntima e de praia.
O consumo da moda começava a trilhar seu primeiro passo
cyberfashion.
Pierre Balmain, Christian Dior, Hubert Givenchy, Cristobal Balenciaga,
Pierre Cardin e Guy Laroche, entre outros, vivenciaram e fizeram
essa época surgir para a história da moda. Um deles,
Dior (com sua silhueta New Look) surgiu junto com o momento em
que a alta-costura abria espaço para o prêt-à-porter.
Esse arbítrio da alta-costura constituía-se na sintonia
da moda ligada com a sensibilidade dos momentos. O prêt-à-porter
começava a ocupar seu espaço na pirâmide fashion.
A indústria de moda, com toda sua cadeia de produção
e consumo de que hoje conhecemos, expandia seus negócios.
O design destes estilistas criou e exportou sonhos e estilos,
sempre pensando em combinar a arte-criativa da alta-costura com
a praticidade-criativa do prêt-à-porter.
Simultâneo a isso, o público ainda vivenciava outro
momento histórico. Retornava a brilhar nas passarelas da
moda a estrela máxima, que nos inícios do século
20 criou verdadeiro frisson em franceses (e europeus de forma
geral), com sua ousadia e assinatura únicas de estilo.
Mademoiselle Coco Chanel, que, após seu refúgio
durante a depressão causada pela Segunda Guerra, retornou
com toda sua garra, ousadia, elegância, estilo inconfundível.
Tudo isso assina o que Chanel representa ao universo da moda.
Tarcísio
D'Almeida é conselheiro editorial da Sociedade
Brasileira de Estudos em Moda. Entre seus trabalhos estão,
estudos para a USP (Universidade de São Paulo) sobre
semiótica da moda, contribuições para
os jornais Folha de S.Paulo, "Jornal da Tarde",
"O Globo" e "Valor Econômico" e
a revista "Vogue". |
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